Embora não muito participada em termos de público (a nossa população não tem, de facto, hábitos de intervenção cidadã), esta sessão, organizada pelo Bloco de Esquerda e que decorreu no passado dia 21 do corrente mês nas instalações do Recreios Desportivos da Trafaria, contou na assistência com a presença da Presidente da Junta de Freguesia e com um vogal do executivo que intervieram na fase do debate, o que considero bastante importante.
O discurso dos oradores centrou-se, nomeadamente, nas questões:
1) da poluição do Rio Tejo e das consequências ao nível dos recursos piscícolas e na actividade da pesca - Joaquim Piló;
2) das valências da Trafaria, sobretudo no que se refere às potencialidades em termos turísticos devido à existência de um conjunto de património importante (paisagístico e até edificado - fortes, por exemplo) - Rita Grácio;
3) do planeamento urbano e da exagerada burocratização do processo, da degradação patrimonial e da sua recuperação, sem esquecer a problemática da habitação social e da participação da população - José Pedro Lima;
4) da memória colectiva, da história e do contributo na construção de uma identidade comum, da valorização do património e da apropriação dos valores no processo de partilha, da coesão social e territorial, da forma participada de viver a democracia e na necessidade de as pessoas serem cada vez mais exigentes com os seus autarcas.
Foi também abordado o problema da gestão da frente ribeirinha e da interferência jurisdicional de várias entidades que se sobrepõem em termos de atribuições e competências, nomeadamente a "superintendência" da APL (Administração do Porto de Lisboa), mas igualmente do abandono a que o poder local democrático tem votado esta área.
A Presidente da Junta referiu o problema da baixa auto-estima da população da Trafaria, consequência do menosprezo a que foi votada nestes últimos 35 anos, e naquele que lhe parecia ser o lema/exigência actual: mais do que participação, a população da Trafaria quer é acção.
E a deputada do BE encerrou a sessão com um desafio: "estamos todos convocados para a mudança". Assim seja! Pelo menos os autarcas do Bloco de Esquerda tudo farão nesse sentido.
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