Na minha óptica, este foi um excelente debate. Apreciei, sobretudo, as intervenções do Paulo Pedroso, do João Semedo e de Joaquim Judas.
Paulo Pedroso, que pecou pelo cunho demasiado eleitoralista da sua intervenção (é, como sabem, o candidato do PS à Câmara Municipal), não deixou de colocar muitas e sérias questões sobre o papel das autarquias na resolução do problema da saúde, assim como o fazem na educação e no desporto, mesmo que não tenham competências específicas nessas áreas. Gostei, sinceramente, de o ouvir.
Mas, obviamente, João Semedo foi, para mim, aquele que melhor abordou o tema em análise (direito? versus negócio? nos serviços de saúde) até porque esclareceu logo à partida que o seu interesse na matéria estava para lá de quaisquer questões de política local.
E o médico Joaquim Judas trouxe-nos uma visão do quotidiano. Dos assuntos de proximidade.
Depois do debate, onde participaram bastantes elementos do público, todos ficámos cientes de uma coisa: que o Serviço Nacional de Saúde deve ser público e prestar cuidados de proximidade, o resto foram pomenores.
E, já agora, não posso deixar de dizer do que não gostei: da ênfase que o executivo da Junta de Freguesia (primeiro através da moderadora da sessão, depois pela intervenção do Presidente da Junta) colocou na importância de quem aprovara e quem se abstivera na votação de uma moção (sobre a saúde e a construção de uma unidade de raiz em Cacilhas) apresentada no dia anterior na Assembleia de Freguesia... ao ponto de citar, nominalmente, os partidos e a respectiva orientação de voto, uma informação completamente a despropósito.
E não é que eu tenha qualquer problema em dizer como votei pois até já tinha colocado on-line o resumo da AF e referia esse mesmo facto. Agora achei aquela informação desnecessária.
Ainda pensei pedir a palavra para esclarecer esse pormenor, mas era desviar o assunto do debate e entrar no jogo da CDU. Achei que não valia a pena.
Assim como a exaltação do Presidente da Junta e a necessidade que teve de intervir para contrapor argumentos (que acabaram por funcionar a favor e não contra, como ele pensou) ao discurso de Paulo Pedroso quando ele afirmou que as autarquais bem poderiam participar mais nestas questões: se fosse prioritário construir um centro de saúde em Cacilhas, nada impedia que a CMA o fizesse e, depois, fosse pedir contas ao Governo.
Ao darem o exemplo das escolas e dos pavilhões gimno desportivos que a CMA já construiu, que também são uma competência da Administração Central, a CDU acabou por demonstrar à assistência que Paulo Pedroso, afinal, até tinha razão. E não tenho qualquer problema em dizê-lo aqui, publicamente. Há que saber separar as águas... se é que me entendem.
Tal como foi de muito mau tom a forma como o anfitrião da sessão (o Presidente da Junta de Freguesia) acabou por tratar um dos convidados (Paulo Pedroso, no caso) ao dizer que ia intervir para desmentir o que o orador acabara de dizer. Pode ser um incidente que nem o chega a ser pela sua insignificância, mas não deixei de tomar nota do ar de "superioridade moral" com que a abordagem foi feita para, contudo, acabar por se ter virado o feitiço contra o feiticeiro. E para bom entendedor, meia palavra basta.
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